O santuário celestial, centro de nossa esperança
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e foi-lhe dado muito incenso para o pôr com as orações de todos os
santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.”
Apocalipse
8:3
. Foi permitido ao profeta contemplar o primeiro compartimento
do santuário celestial; e viu ali as “sete lâmpadas de fogo”, e o “altar
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de ouro”, representados pelo castiçal de ouro e altar de incenso, do
santuário terrestre. De novo, “abriu-se no Céu o templo de Deus”
(
Apocalipse 11:19
), e ele olhou para dentro do véu interior, ao lu-
gar santíssimo. Ali viu “a arca do Seu concerto”, representada pelo
receptáculo sagrado, construído por Moisés, para guardar a lei de
Deus.
Assim, os que estavam a estudar o assunto encontraram prova
indiscutível da existência de um santuário no Céu. Moisés fez o
santuário terrestre segundo o modelo que lhe foi mostrado. Paulo
ensina que aquele modelo era o verdadeiro santuário que está no
Céu. E João dá testemunho de que o viu no Céu.
No templo celestial, morada de Deus, acha-se o Seu trono, es-
tabelecido em justiça e juízo. No lugar santíssimo está a Sua lei, a
grande regra da justiça, pela qual a humanidade toda é provada. A
arca que encerra as tábuas da lei se encontra coberta pelo propici-
atório, diante do qual Cristo, pelo Seu sangue, pleiteia em prol do
pecador. Assim se representa a união da justiça com a misericórdia
no plano da redenção humana. Somente a sabedoria infinita poderia
conceber esta união, e o poder infinito realizá-la; é uma união que en-
che o Céu todo de admiração e adoração. Os querubins do santuário
terrestre, olhando reverentemente para o propiciatório, representam
o interesse com que a hoste celestial contempla a obra da redenção.
Este é o mistério da misericórdia a que os anjos desejam atentar: que
Deus pode ser justo, ao mesmo tempo em que justifica o pecador
arrependido e renova Suas relações com a raça decaída; que Cristo
pode humilhar-Se para erguer inumeráveis multidões do abismo da
ruína e vesti-las com as vestes imaculadas de Sua própria justiça,
a fim de se unirem aos anjos que jamais caíram e habitarem para
sempre na presença de Deus.
A obra de Cristo como intercessor do homem é apresentada na
bela profecia de Zacarias, relativa Aquele, “cujo nome é Renovo.”
Diz o profeta: “Ele mesmo edificará o templo do Senhor, e levará
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a glória, e assentar-Se-á, e dominará no Seu trono, e será sacerdote