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O Grande Conflito
seu chefe, interpretam mal e pervertem as Escrituras para realizar seu
objetivo. Assim como Satanás se esforçou para lançar a ignomínia
sobre Deus, seus agentes procuram fazer mal ao povo do Senhor.
O espírito que matou a Cristo impele os ímpios a destruir Seus
seguidores. Tudo isto está prefigurado naquela primeira profecia:
“Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente.” E isto continuará até ao final do tempo.
Satanás conjuga todas as forças, e arremessa ao combate todo o
seu poder. Por que não encontra ele maior resistência? Por que são
os soldados de Cristo tão sonolentos e indiferentes? É porque entre-
têm tão pouca verdadeira comunhão com Cristo; porque se acham
tão destituídos de Seu Espírito! O pecado não lhes é repelente e
aborrecível, como era a seu Mestre. Não o enfrentam, como o fazia
Cristo, com resistência decidida e resoluta. Não se compenetram
do grandíssimo mal e malignidade do pecado, e estão cegos tanto
a respeito do caráter como do poder do príncipe das trevas. Pouca
inimizade há contra Satanás e suas obras, porque há tão grande igno-
rância a respeito de seu poder e maldade, e da grande extensão de sua
luta contra Cristo e Sua igreja. Multidões estão iludidas neste ponto.
Não sabem que seu inimigo é um poderoso general, que domina
a mente dos anjos maus, e que com planos bem elaborados e há-
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beis artifícios, está a guerrear contra Cristo para impedir a salvação
das almas. Entre os professos cristãos, e mesmo entre os ministros
do evangelho, raramente se ouve uma referência a Satanás, exceto
talvez uma menção ocasional, do púlpito. Não tomam em considera-
ção as evidências de sua atividade e êxito contínuos; negligenciam
os muitos avisos contra seus ardis; parecem ignorar-lhe a própria
existência.
Enquanto os homens se acham em ignorância quanto aos seus
estratagemas, este vigilante adversário se põe em seu caminho a
cada momento. Intromete-se em cada compartimento do lar, em
toda rua de nossas cidades, nas igrejas, nos conselhos nacionais, nos
tribunais de justiça, confundindo, enganando, seduzindo, arruinando
por toda parte a alma e o corpo de homens, mulheres e crianças,
desmembrando famílias, semeando ódios, rivalidade, contenda, se-
dição, assassínio. E o mundo cristão parece olhar estas coisas como
se Deus as tivesse designado, e elas devessem existir.